quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

SNETIMENTAL DEMAIS? E QUAL É O PROBLEMA?!

Em mais de um momento de "Pais & Filhos" (2013, de Hirokazu Kore-Eda), as lágrimas estiveram prestes a cair de meus olhos. Não caíram, efetivamente, mas é como se eu tivesse chorado e lavado a alma durante a sessão, com uma espécie de identificação distante em relação ao que acontecia no filme: na trama, dois pais de família (um rico e arrogante; outro, pequeno negociante mas deveras espirituoso) descobrem que seus filhos foram trocados na maternidade. O equívoco aconteceu há seis anos e prescreveu enquanto crime: uma enfermeira confessa que fez a troca de propósito, pois estava indignada com o seu amante casado e queria descontar a raiva que sentia em alguém. Numa cena fortíssima, o pai rico visita a casa da enfermeira, para devolver o pedido de desculpas (acompanhado de um cheque supostamente compensatório) que ela lhe enviara. O filho dela surge, intimidador. O pai injustiçado pergunta o que ele tem a ver com aquilo. Ele diz que ele é filho dela. É o suficiente para que todos entendam a mensagem...

No momento em que via o filme - e me emocionava - sabia que minha mãe estava doente em casa. Uma gripe simples, talvez, mas que lhe causa dor e febre, a ponto de ela quase não conseguir levantar da cama. Atrasei-me à sessão porque tive que lavar os pratos, limpar a casa e alimentar os animais que vivem na residência: é algo que dá muito trabalho e ocupa muito tempo! Não estou reclamando, mas, como não estava preparado cronologicamente para tal incremento de serviços domésticos...

Na cena que emoldura esta publicação, o garoto que vivia como filho de pai rico experimenta um banho coletivo na casa de seu afetuoso pai pobre. E sorri, sente-se plenamente acolhido. Há pouco, perguntei a um colega de trabalho se ele acha certo pagar para fazer sexo com alguém. Ele disse que não, terminantemente não! Prefere quem se prostitui. E, no meu bolso, R$ 333,00, prontos para serem entregues a um arremedo de gigolô. Último capricho... Gosto muito do Hirokazu Kore-Eda, apesar de sua filmografia irregular. E a família? Queria muito dizer agora que "vai, bem, obrigado!"...

Wesley PC>

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