domingo, 9 de março de 2014

O PODER DA CRIAÇÃO (EM P&B):


“Deus está abandonado sozinho, e se mata estripando-se com uma navalha. A Mãe-Natureza emerge de sua morte, e com o sêmen do moribundo Deus fertiliza-se, dando origem à Humanidade, uma criança doente e fraca, que em toda sua existência é surrada e torturada por zumbis sem face”.

 Por esta sinopse, era quase óbvio que “Begotten” (1990, de E. Elias Merhige) se instalaria prontamente entre os meus filmes favoritos de terror. Infelizmente, entretanto, tal sinopse é uma interpretação apaixonada dalgum fã – ou, quiçá, do diretor/roteirista/fotógrafo/produtor – e não é facilmente identificável na trama do filme, lenta, silenciosa, em preto-e-branco granulado e estourado...

 Não vou dizer que achei o filme ruim: seu ritmo é monocórdio, mas as imagens são bonitas e impressionam descerramento, mas o que se pode discernir do enredo se desgasta na segunda metade, quando o ciclo de criação e destruição, vida, morte e podridão se revela. É bonito, mas enfada. Ou talvez o problema estivesse comigo, durante o instante que escolhi para ver o filme... Um dia, eu o revejo, ao lado de alguém que amo. Quem sabe não funciona melhor? “Begotten” é um filme de amor, afinal!

Wesley PC>

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