domingo, 16 de março de 2014

QUANDO A NOSTALGIA CEDE LUGAR PARA A HISTÓRIA...


“O cinema é, e sempre foi, ‘business’. Agora, no entanto, as coisas vão ficando meio desproporcionais. Um único filme policial na América custa mais que uma rede de televisão no Brasil. É um produto para multidões. Tem de render explorando o gosto médio, que hoje é um gosto planetário. E nisso, uma vez mais, reside um talento monstruoso. Não só na plasticidade, na fotografia, no ritmo, nos clichês magistralmente costurados. Há muito talento artístico da indústria cinematográfica em acertar, na mosca, o gosto médio de populações tão distantes entre si. [...] O gosto médio – ou o medo médio? – foi premiado com competência extrema”. 

Editorial da extinta revista SET, edição 38 (agosto de 1990), sobre o filme “Duro de Matar 2” (1990, de Renny Harlin), enviado como SMS a vários de meus amigos na manhã de domingo, 16 de março de 2014.


Na tarde de ontem, recebi uma visita dos Correios. Felizmente, a greve que já durava mais de um mês encerrou! Recebi uma encomenda que comprara há duas semanas. O carteiro, ao me entregar o pacote, perguntou se era algo que eu estudo, disse-lhe que sim. Ele sorriu: “é isso mesmo, estás no caminho certo!”. Chuviscava...

No pacote, havia justamente algumas edições antigas da revista SET. Quero completar uma coleção, inicialmente, até a edição 120, que configura exatos dez anos de publicações. Será o escopo de uma monografia. Na edição 112 (outubro de 1996), a propósito, há uma matéria de capa chamada “Os 10 maiores astros de Hollywood – e por que este cara pode ser o próximo da lista”. Ao lado de Humphrey Bogart, Sean Connery, Marlon Brando, Paul Newman, Jack Nicholson, John Wayne, Clint Eastwood, James Dean, Robert Redford e Harrison Ford, estava uma foto de Matthew McConaughey, “ilustre desconhecido” que acabara de estrelar o elogiado “Tempo de Matar” (1996, de Joel Schumacher).

 O tempo, entretanto, parecia lograr esta manchete, tanto quanto as más escolhas do ator, que se tornara astro freqüente de comédias românticas bobocas. Até que, em 2014, ele recebe um merecidíssimo Oscar que premiava não apenas o seu ótimo desempenho em “Clube de Compras Dallas” (2013, de Jean-Marc Vallée), mas todos os audaciosos papéis que defendeu no último triênio, dentre eles a protagonização do ‘kitsch’ porém marcante “Killer Joe – Matador de Aluguel” (2011, de William Friedkin).  Vi este filme anteontem. Gostei muito, mas não tanto quanto alguns de meus entusiasmados amigos. Porém, tenho que levantar a mão (e outras partes móveis do corpo): Matthew McConaughey arrasa!

Wesley PC>

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