Desde a minha infância, sofro com os feriados prolongados: experimento a solidão, desencadeada por fatores diversificados: meus amigos viajam, as pessoas comemoram, os ruídos de festa abundam na rua, meu irmão se embebeda ou se droga, minha cunhada e minha mãe gritam ou choram... Às vezes, tudo junto!
Quando o feriado é religioso, a angústia é maior, pois, além de todos estes fatores, entro em crise acerca da aplicação de algumas de minhas crenças: "se eu fosse um cristão, minha vida seria menos infeliz?". Questionei-me ontem à noite, num extremo de carência. Havia ouvido um disco inteiro da Clara Nunes com minha família, que cantarolou. E, diante da TV, eu e minha progenitora vimos "Visão de Juazeiro" (1970, de Eduardo Escorel), criticamente...
Como não tive para onde ir durante o feriado - e nem poderia deixar a minha família a sós - fiquei em casa, trancafiado. Evitei usar desodorante, para higienizar as minhas glândulas. Ainda não me banhei hoje, inclusive. Estou fedendo! É hora. Não me sinto mais sozinho...
Wesley PC>
DOIS É DEMAIS EM ORLANDO (2024, de Rodrigo Van Der Put)
Há uma semana
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