sexta-feira, 20 de junho de 2014

UMA RECOMENDAÇÃO MACHA: QUE CAPA LINDA!


Recentemente, conheci um rapaz que, após algumas desventuras pessoais, imbuiu-se dos típicos comportamentos de enfrentamento sentimental associados aos machos artísticos norte-americanos. Orson Welles, Clint Eastwood e Martin Scorsese são, portanto, alguns dos seus cineastas favoritos, e Bob Dylan, o seu muso musical. Após termos conversado demoradamente acerca de assuntos íntimos, o rapaz recomendou a audição emergencial de um de seus discos favoritos, “Highway 61 Revisited”, lançado em 1965 e mencionado entusiasticamente na página 81 da edição de “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer” que possuo, a de 2007.

Segundo o referido guia, este disco marca a transição do cantor e compositor Bob Dylan de sua fase estritamente ‘folk’ para a combinatória ‘rock’n’roll’, transição esta que surgiu de maneira violenta num festival de música levado a cabo em 25 de julho de 1965, e que foi brilhantemente reproduzido no extraordinário filme “Não Estou Lá” (2007, de Todd Haynes), não por acaso o anunciado filme de cabeceira do mencionado rapaz.

Fiz questão de baixar o disco e, de ontem para hoje, já o ouvi quase cinco vezes na íntegra. Repito: que capa linda! Apesar de eu não me atrever a questionar a qualidade superior do álbum, ele não me fisgou tão pessoalmente quanto o rapaz pensara: a abertura ao som da consagrada “Like a Rolling Stone” é antológica, bem como o encantatório desfecho ao som dos mais de onze minutos de “Desolation Row” (faixa 09). Porém, as faixas que melhor funcionaram comigo foram “It Takes a Lot to Laugh, It Takes a Train to Cry” (que título magnífico! - faixa 03), a excelente “Ballad of a Thin Man” (faixa 05) e a faixa-título, antepenúltima do álbum. O ouvirei mais vezes ao longo do dia, das semanas, dos meses... Tenho muito a aprender com este rapaz excessivamente masculinizado!

Wesley PC>

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