sábado, 22 de novembro de 2014

ÀS VEZES, QUANDO VAMOS LIMPAR A BUNDA, APÓS TERMOS DEFECADO, O PAPEL HIGIÊNICO SE RASGA, E NOSSOS DEDOS ENCONTRAM EM CONTATO COM A MERDA. ASSIM SE DÁ O PROCESSO DE RECONTAMINAÇÃO DE VERMINOSES!

Não obstante o título longo e um título chulo desta publicação, ela vem a calhar perante o desconforto (físico) que senti enquanto via o elogiado “A Tortura do Medo” (1960), longa-metragem deveras pessoal do diretor britânico Michael Powell, que, aqui, não trabalha com seu companheiro habitual Emeric Pressburger.

Infelizmente, à época de seu lançamento, este filme foi um terrível fracasso de público e crítica. Seu diretor foi relegado a um ostracismo ocasional por ousar ser genial e tocar em temas tão duros, ainda que o seu formalismo característico demonstre-se um tanto frio aqui, para além da inequívoca pujança conteudística.

Na trama, um homem atormentado pelos experimentos psicológicos de seu pai (interpretado em breves ‘flashbacks’ pelo próprio Michael Powell) torna-se um ‘voyeur’, que assassina mulheres apenas para vê-las experimentando um medo intenso, que provém da combinação entre um pé afiado no tripé de sua câmera e um espelho deformador. O que o interessa é o pavor extremo, a reação das fêmeas perante a iminência da morte. Até que ele se apaixona. E a relação – para além de sua máxima compatibilidade (a moça é uma escritora de livros infantis, um deles sobre uma câmera mágica, “que não pode funcionar sozinha”) – soçobra por conta da perversão dele, que se suicida, tal qual qualquer de suas vítimas...

Malgrado eu não ter gostado tanto deste filme quanto ele quase me obrigava (o roteiro é fabuloso, mas nem tudo funciona na encenação!), prometi a mim mesmo e a quem estava ao meu lado após a sessão que, da próxima vez que me apaixonar, exibirei este filme para o meu amante vindouro nos encontros exordiais, quando ainda estivermos analisando as nossas afinidades. Será um pacto: tomara que dê certo!

 Wesley PC>

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