segunda-feira, 24 de novembro de 2014

EU TENHO VOCAÇÃO PARA CRÍTICO DE MÚSICA? – PARTE II: AS DISTÂNCIAS

Quando me sentei diante da TV para assistir ao American Music Awards, premiação musical anglofílica, conforme o nome do evento sintetiza tão bem, minhas expectativas eram tronchas: estava preparando-me para falar mal do apresentador, o insuportável ‘rapper’ Pitbull (que deixou bem claro que não queria ser confundido com um mexicano, apesar de ser fluente no idioma espanhol), bem como dos artistas ‘pop’ que me frustram, como Nicki Minaj e Ariana Grande, por exemplo. À medida que a premiação foi avançando, entretanto, surpreendi-me comigo mesmo ao mudar de idéia e apreciar que estava sendo executado (não tudo, claro)...

 De fato, a mesmice hodierna manifestou-se: Katy Perry recebendo prêmios a rodo, One Direction arrebatando público e votantes, a neozelandesa Lorde confirmando que nem tudo está perdido, etc.. Logo na abertura, uma de minhas artistas ‘pop’ favorita, a belíssima Taylor Swift, que, apesar de ter me decepcionado com seu novo disco, “1989” (2014), cantou uma faixa graciosíssima, “Blank Space”. Enquanto escrevo estas linhas, Diana Ross sobe ao palco. O comentador brasileiro do evento, João Marcelo Bôscoli, elogia quase todo mundo, até mesmo Selena Gomez e a “melhor banda alternativa do ano” (sic) Imagine Dragons. Comecei a prestar atenção otimista ao evento...

 Mais uma vez, Taylor Swift sobe ao palco, agora para receber um premio honorário. Merecido, não vou mentir. A banda juvenil 5 Seconds of Summer foi deveras premiada, mas eles não chamaram muito a minha atenção não, salvo pelos atributos carnais dos integrantes (vide foto – risos). Estou louco para ouvir “Bad Blood” (2013), disco de estréia da banda melancólica britânica Bastille, já devidamente acondicionado em meu computador. Não sei até que ponto o premiado Sam Smith e a bastante reverenciada ‘rapper’ australiana Iggy Azalea me conquistaram, mas talvez eu os dentro de alguns dias, nem que seja por curiosidade analítica. Afinal de contas, sou obrigado a admitir: ao contrário do que eu pensava, a safra musical anglofílica não está tão ruim!

 Em mais de um momento, o citado comentador nacional do evento (transmitido através do canal TNT) frisou que os artistas concorrentes provêm de diversos países, muitos deles da Oceania, inclusive. A estadunidense Fergie está cantando agora, e, antes, a banda de ‘reggae’ canadense Magic! subiu ao palco para cantar a contagiante “Rude” (e seu refrão grudento e delicioso “marry that girl”), em companhia do haitiano Wyclef Jean. Estou me divertindo, ainda que não esteja prestando completa atenção, já que precisei interromper a audiência por alguns minutos para telefonar para um amigo angustiado por supostas perseguições classistas. Mas, insisto: eu estou gostando do que estou vendo e ouvindo. Uau!

 Wesley PC>

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