sábado, 31 de maio de 2014

EU SEI, EU SEI, MAS NÃO TENHO XILOCAÍNA!


Serve eu estar tão apaixonado quanto sexualmente excitado?

Pelo que pude averiguar em experiências pregressas, talvez não...

Wesley PC> 

PUSILANIMIDADES FACEBOOKIANAS!

Antecipei aqui algumas observações sobre o fascínio de minha mãe pela regravação portuguesa da telenovela brasileira "Dancin' Days" (1978), mas talvez não seja suficiente. Tem algo me angustiando: uma coisa boa, mas que angustia!

Há pouco, escrevi em meu perfil de Facebook o seguinte relato:

"Ontem, assisti ao capítulo final de uma telenovela. Há mais de uma década que não me disponho a isso e calhei de fazê-lo justamente em relação ao exemplar de uma telenovela portuguesa, a regravação lusitana de 'Dancin’ Days', levada a cabo entre 2012 e 2013. Se o original escrito por Gilberto Braga e dirigido por Daniel Filho em 1978 apresentou 173 capítulos (atualmente, a produção está sendo reprisada pelo canal fechado Viva!), a versão portuguesa subdividiu-se em 336 capítulos. Minha mãe assiste com entusiasmo a ambas! Primeiro conheceu a versão portuguesa e, recentemente, teve acesso – pela primeira vez! – ao original brasileiro. E é muito interessante percebê-la comparando ambos os produtos televisivos... 

Como disse antes, assisti ao capítulo final da telenovela portuguesa e, confesso, não o achei ruim. Minha mãe ficou empolgadíssima: 'é ótimo ver algo que gostamos tanto terminar bem!', sintetizou ela, quando o elenco da regravação dançou ao som da canção-tema da versão-base brasileira. Obviamente, o roteiro desta regravação atualizou alguns temas (um dos derradeiros e mais emocionantes eventos da trama é um luxuoso casamento homossexual, por exemplo) e reaproveitou minuciosamente a maior parte dos outros, modificando apenas os nomes dos personagens e esticando seus dramas ao máximo. Particularmente, aprecio o original brasileiro, que confiro com relativa assiduidade enquanto minha mãe a assiste, mas fiquei muito contente ao poder cotejar épocas e culturas tão distintas: como diz uma celebre citação politicamente sarcástica, por mais que algumas coisas pareçam mudar, no fundo, elas permanecem exatamente como estão... 

Em outras palavras: apesar de tal comparação audiovisual resgatar alguns méritos de minha formação acadêmica enquanto comunicólogo (sou da época em que o curso de Rádio/TV ainda existia na UFS), este pequeno texto escamoteia impressões mais gerais, que deixam a nu determinados fundamentos de minha relativa tolerância aos aspectos menos piores da produção midiática contemporânea. Ainda há o que ser visto – por mais que a linha distintiva entre a seleção e o entreguismo pareça tão tênue... O mundo é dos oportunistas, portanto! Cabe a nós celebrar pactos que possam redundar em autodestruição intelectiva?". 

A questão ao final do texto é muitíssimo importante: ao lado  do que a foto mostra (ou mais: insinua), está a base hipotética de minha angústia. Uma base real, portanto! 

Wesley PC> 



“DE UMA FORMA OU DE OUTRA, TODOS NÓS SOMOS HUMANOS! – ISTO, PARA MIM, EQUIVALE A UM INSULTO”...


O diálogo que intitula esta publicação está contido em “Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida” (1991, de Nicholas Meyer), mas a imagem que o emoldura pertence ao cínico curta-metragem telefílmico “The Fountain of Youth” (1958, de Orson Welles), duas das últimas contribuições ao meu precioso legado mnemônico-cinematográfico. Cada qual à sua maneira, essas duas citações ensinaram-me algo mui precioso, que, se eu fosse sintetizar noutro título, redigiria: “o esmegma é a coriza do pênis”. Porém, tenho gana de utilizar esta sentença noutra publicação confessional. Tenho motivos de sobra para tal: é pessoal!

 Wesley PC>

quinta-feira, 29 de maio de 2014

SOBRE A EMOÇÃO, MUITA EMOÇÃO... E OS FILMES, E OS SONHOS, E A VIDA!

Na madrugada de ontem, sonhei com a escuridão.Não lembro se eu era cego ou se tudo estava apenas muito, muito escuro, mas... No sonho, eu levantava em minha cama e nada via: apenas ouvia zíperes se abrindo. Acordei apavorado minutos depois e levantei para ir ao banheiro...

Voltei a dormir, tive outros sonhos de que não mais me lembro e, no mesmo dia, finalmente vi "Don Quixote" (1992, de Orson Welles & Jesús Franco - comentando pessoalmente aqui). Fiquei emocionadíssimo com o que se descortinou diante de mim!

Num dado instante da projeção, minha mãe atravessou a sala e exclamou: "tu ficas vendo esse tupo de coisa. Não me admira que tenhas tantos pesadelos!". Na madrugada subseqüente, sonhei que encontrava um amigo/vizinho e sua esposa recuperando-se de queimaduras solares. Eles tinham acabado de voltar de uma viagem ao litoral baiano, onde ficaram hospedados num hotel de luxo, onde eu também ficaria hospedado. Ao invés de insolação, entretanto, o que me afligiu foram verrugas e pedaços de papel grudados em meu tórax. Acordei...

Wesley PC>

terça-feira, 27 de maio de 2014

EU JURO: NO MOMENTO CERTO, ESTA IMAGEM FARÁ SENTIDO!


Por motivos muito pessoais, na noite de domingo, atrevi a ouvir [duas vezes seguidas, na íntegra!] "Bangerz" (2013), álbum mais recente da idiotizada metida a rebelde Miley Cyrus.Obviamente, não gostei muito do saldo geral do disco, mas tenho motivos para me emocionar vendavelmente com as audições às faixas 01 ("Adore You"), 06 ("Wrecking Ball", a cujo videoclipe pertence esta imagem) e 09 ("Drive"). Quando meu irmão mais novo ouviu a faixa 02 ("We Can't Stop"), ele dançou na sala. Eu passava a mão no queixo, analisando o porquê de este disco fazer tanto sucesso. Em breve, explico o porquê da investida crítica...

Wesley PC>

DA LÓGICA DA AMIZADE EM QUE A LÓGICA CEDE LUGAR AOS SENTIMENTOS...

Quis acordar cedo hoje, mas estava sonolento.Minha mãe insistiu, entretanto: "Wesley, levante!". E eu levantei...

Na TV, mais ou menos naquele instante, começava "Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan" (1982, de Nicholas Meyer), o filme da saga cujo título mais me atraía. O vilão mencionado no título era vivido por Ricardo Montalban, afetado, lancinado por uma perda. Tornara-se mau, queria vingança, citando um provérbio 'klingon' que tornou-se banalizado sobre o assunto... Os mocinhos, entretanto, vencem - estão destinados a vencer!

James T. Kirk (William Shatner) não gosta de perder e sente-se velho: no início do filme, ele se esconde, para comemorar sozinho o seu aniversário. Não está feliz com isso! O fiel Spock (Leonard Nimoy) aparece com um presente: um poema. Ao final do filme, Spock é dado como morto e seu corpo é enviado para o espaço. Ele renascerá, sabemos, mas, enquanto o momento de tal constatação não chega [o filme seguinte, de 1983, que será exibido amanhã], penso no quanto esta amizade entre os dois protagonistas diz muito mais que os perigos que eles enfrentaram no filme: é uma saga humana, afinal!

Wesley PC>

UM PINTO (DURO) COMO QUALQUER OUTRO... [?]


"Quem roubou a sua alegria
Devolveu no raiar do dia 
Quem chegou, chegou 
Você fingiu que nem ligou 
Não dê bola, o dia tá lindo 
Vem pra fora, mesmo fugindo
 Quem te amou, te amou 
Quem não te amou que bobeou

 Bom, quem sabe, talvez mais tarde 
Se quiser sair não hesite 
Em me chamar, chamar 
Eu já estou a te esperar 

Uh, uh, uh Uh, uh, uh

 Da paciência, essa escola 
Já me formei 
Mas sempre conto os minutos 
Pra ver você 
Então não pense que agora 
Eu não tirei 
O tanto quanto pro mundo 
Eu quis te ter 

Não se assuste, faz tempo 
Eu quis dizer 
Mas é que prezo a amizade
 E o que fazer 
A gente pode sem medo
 Se pertencer 
O amor é cego, mas hoje eu posso ver tão bem"...

E, como se não fosse por acaso, eu e ele nascemos no mesmo mês - em anos diferentes, é claro!

Wesley PC>

domingo, 25 de maio de 2014

MINHA APARENTE DECEPÇÃO COM O FESTIVAL DE CANNES 2014:

Não acho que a concessão da Palma de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Cannes ao filme turco “Winter Sleep” (2014, de Nuri Bilge Ceylan - justificadamente premiado no Festival, em edições anteriores) seja imerecida: os filmes deste cineasta a que tive acesso até então demonstram que, de fato, ele é muito talentoso e autoral. Mas os demais prêmios me pareceram tão equivocados... Em minha opinião, conceder o prêmio de Melhor Direção a Bennett Miller [por “Foxcatcher” (2014)] soa como um desmantelo, mas não me esquivarei de conceder o benefício da dúvida a este realizador: é uma possibilidade remota, mas quem sabe o filme não me conquista?

Tudo bem que não se possa falar muita coisa sem ter visto nenhum dos filmes, mas a safra deste ano não possuía o mesmo fulgor de anos anteriores: os filmes novos de David Cronenberg [“Maps to the Stars” (2014)], Bertrand Bonnello [“Saint Laurent” (2014)], Jean-Pierre & Luc Dardenne [“Deux Jours, Une Nuit” (2014)], e Ken Loach [“Jimmy’s Hall” (2014)] não me atraíam tanto, apesar de me deslumbrar pelos títulos recentes de Jean-Luc Godard [“Adieu au Langage” (2014)], Mike Leigh [“Mr. Turner” (2014)], Olivier Assayas [“Sils Maria” (2014)], Naomi Kawase [“Still the Water” (2014)], Tommy Lee Jones [“The Homesman” (2014)], Abderrahmane Sissako [“Timbuktu” (2014)] e Atom Egoyan [“Captives” (2014)]. Nutri uma forte curiosidade em conhecer o argentino Damián Szifrón [e seu “Relatos Salvajes” (2014)], ao passo em que me apressava em rejeitar potencialmente as obras atuais de Xavier Dolan [“Mommy” (2014), premiado ‘ex-aecquo’, ao lado de Jean-Luc Godard, urgh!] e Michel Hazanavicius [“The Search” (2014)]. Não transferirei esta rejeição para a prática espectatorial, entretanto: tão logo eu me depare com estes filmes, os verei, os analisarei cuidadosamente.

 Não tenho dúvidas de que Julianne Moore e Timothy Spall tenham justificado as suas láureas nos filmes cronenberguiano e leighiano, respectivamente, mas depositarei algumas esperanças no italiano “Le Meraviglie” (2014, de Alice Rohrwacher), que recebeu o Grande Prêmio do Júri. O filme vencedor do Melhor Roteiro foi “Leviathan” (2014, de Andrey Zvyagintsev), sobre o qual deposito expectativas semelhantes às anteriores, mas repito o que foi dito no título: o Festival de Cannes deste ano me decepcionou! O júri comandado por Jane Campion e que contava com Jia Zhang-Ke, Sofia Coppola, Gael García Bernal, Willem Dafoe e Nicolas Winding Refn entre os integrantes não foi tão feliz. Pena...

Na seção Un Certain Regard, capitaneada pelo argentino Pablo Trapero, foi premiado o filme húngaro “White God” (2014, de Kornél Mundruczó) e, na competição, ainda havia “Lost River” (2014, de Ryan Gosling), “Jauja” (2014, de Lisandro Alonso), “La Chambre Bleue” (2014, de Marhieu Amalric, e “Charlie’s Country” (2014, de Rolf de Heer). Estes são os filmes que mais me instigam na seleção deste ano! O premiado documentário de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado [“The Salt of the Earth” (2014)] sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado também se inclui nesta lista, aliás.

 Wesley PC>