Eu sou que sou/estou/pareço ausente, mas as obrigações e angústia do dia-a-dia obrigam-me a despejar meus dejetos confessionais em tantas plataformas que involuntariamente calho relegando este 'blog' que tanto me acudiu a uma posição secundária... Mas eu vos grito: estou aqui!
Tanto estou que, na noite de ontem, percebi-me encantado diante do filme argentino "Ronda Noturna" (2005, de Edgardo Cozarinsky), no qual um jovem, o belíssimo Gonzalo Heredia, passeia pelas ruas portenhas ao longo dos cerca de 80 minutos do filme, e vê gente, vê beleza, vê brigas, vê morte, vê dança, vê drogas, vê sexo, vê vida!
Prefiro não descrever muito o que encontrei no filme, visto que o que ele possui de mais encantador é justamente este percurso de descobertas e revelações, mas adianto que, mesmo entulhado de amargura e melancolia e tristeza, este filme nos faz bem, nos faz esboçar um sorriso de alegria sincera. É o que estou fazendo agora. Tentando, ao menos...
Wesley PC>
sábado, 20 de setembro de 2014
UM BEIJO DEMORADO E SUAVE DO EDGARDO COZARINSKY, AOS 66 ANOS DE IDADE!
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segunda-feira, 15 de setembro de 2014
“A DEPRESSÃO NÃO É UM EFEITO COLATERAL DO CÂNCER. É UM EFEITO COLATERAL DE SE ESTAR MORRENDO”...
Sim, atrevi-me a ver “A Culpa é das Estrelas” (2014, de Josh Boone). Um rapaz de quem gosto insiste em desacreditar no amor, mas, sabe-se lá por que razão, consome fervorosamente este tipo de pasticho romântico dispensável. Vai entender!
Baseado num ‘best seller’ de John Green – autor que, definitivamente, não me atrai – este filme soçobra por não ser justamente aquilo que ele se pretende: romântico. O que salta aos olhos no roteiro é o cotidiano dos jovens estadunidenses de classe alta. Em dado momento da trama, por exemplo, o que mais angustia a protagonista é a impossibilidade de viajar para Amsterdã no dia seguinte àquele que recebe um convite de seu escritor favorito. Sua mãe pede desculpas por não ter dinheiro suficiente para pagar a sua viagem para a Holanda, ao passo em que a protagonista anseia por perguntar ao referido autor o que acontece depois que o seu livro favorito de auto-ajuda (o fictício “Uma Aflição Imperial”) termina. Laura Dern, Willem Defoe e Shailene Woodley são os bons atores que se desperdiçam neste filme. Urgh!
Pessoalmente, a sessão não foi de todo desagradável: a subtrama romântica é, de fato, aprazível e crível. A garota com problemas respiratórios terminais que se apaixona pelo rapazola com a perna amputada (o ótimo e belíssimo Ansel Elgort) funciona! Pena que isso seja tão secundarizado... Só para termos uma idéia, o título refere-se menos a um efeito passional que à conseqüência do champanhe que o casal juvenil ingere num restaurante luxuoso holandês. Os embates entre a garota e o escritor alcoólatra são pífios, inconvincentes. E o desfecho é xaroposo, com um óbvio enfrentamento da morte. Ao menos, a narração é interessante: “não é que eu nunca tenha sentido uma dor que merecesse nota 10,0. Mas esta nota máxima eu estava guardando para uma ocasião especial”, explica a jovem, depois que seu namorado ex-virgem falece.
Aliás, por falar em virgindade, como não imaginar o hiperativo Augustus se masturbando? (risos) Pena que o melhor amigo dele, o deficiente visual vivido por Nat Wolff, seja tão estulto. A cena em que eles atiram duas dúzias de ovos contra o carro de luxo da ex-namorada deste último é de uma dispensabilidade atroz. Mas até que o filme não merecia ser péssimo. Se fosse realmente uma historieta de amor, talvez eu suportasse os 126 minutos de duração com galhardia. Ansel Egort faz valer a pena!
Wesley PC>
Baseado num ‘best seller’ de John Green – autor que, definitivamente, não me atrai – este filme soçobra por não ser justamente aquilo que ele se pretende: romântico. O que salta aos olhos no roteiro é o cotidiano dos jovens estadunidenses de classe alta. Em dado momento da trama, por exemplo, o que mais angustia a protagonista é a impossibilidade de viajar para Amsterdã no dia seguinte àquele que recebe um convite de seu escritor favorito. Sua mãe pede desculpas por não ter dinheiro suficiente para pagar a sua viagem para a Holanda, ao passo em que a protagonista anseia por perguntar ao referido autor o que acontece depois que o seu livro favorito de auto-ajuda (o fictício “Uma Aflição Imperial”) termina. Laura Dern, Willem Defoe e Shailene Woodley são os bons atores que se desperdiçam neste filme. Urgh!
Pessoalmente, a sessão não foi de todo desagradável: a subtrama romântica é, de fato, aprazível e crível. A garota com problemas respiratórios terminais que se apaixona pelo rapazola com a perna amputada (o ótimo e belíssimo Ansel Elgort) funciona! Pena que isso seja tão secundarizado... Só para termos uma idéia, o título refere-se menos a um efeito passional que à conseqüência do champanhe que o casal juvenil ingere num restaurante luxuoso holandês. Os embates entre a garota e o escritor alcoólatra são pífios, inconvincentes. E o desfecho é xaroposo, com um óbvio enfrentamento da morte. Ao menos, a narração é interessante: “não é que eu nunca tenha sentido uma dor que merecesse nota 10,0. Mas esta nota máxima eu estava guardando para uma ocasião especial”, explica a jovem, depois que seu namorado ex-virgem falece.
Aliás, por falar em virgindade, como não imaginar o hiperativo Augustus se masturbando? (risos) Pena que o melhor amigo dele, o deficiente visual vivido por Nat Wolff, seja tão estulto. A cena em que eles atiram duas dúzias de ovos contra o carro de luxo da ex-namorada deste último é de uma dispensabilidade atroz. Mas até que o filme não merecia ser péssimo. Se fosse realmente uma historieta de amor, talvez eu suportasse os 126 minutos de duração com galhardia. Ansel Egort faz valer a pena!
Wesley PC>
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